O sistema permitirá aos produtores cultivarem diversos tipos de
alimentos, ao mesmo tempo em que produzem água.
7 de outubro de 2016 • Atualizado às 09 : 34O projeto tem como intuito criar soluções simples, de baixa tecnologia e que sejam eficientes para
usar as condições do clima local a favor da produção. | Foto: Divulgação
O Root’s Up é um projeto desenvolvido para levar qualidade de vida e autossuficiência
às famílias que moram na região norte da Etiópia. Mesmo sendo uma área predominantemente
rural, a população local não consegue produzir alimento nem para a própria subsistência
devido às condições naturais. Mas, com uma tecnologia simples e conceitos de permacultura,
isso pode mudar.
Desenvolvido pelo arquiteto Bassel Jouni, juntamente com a Universidade de Gondar, na
Etiópia, o projeto tem como intuito criar soluções simples, de baixa tecnologia e que sejam
eficientes para usar as condições do clima local a favor da produção de uma agricultura
sustentável e de baixo impacto.
O Root’s Up é dividido em três partes: capacitação dos produtores, construção de uma estufa
que produz alimentos e água e instalação de um biodigestor que produz energia para substituir
o carvão.
Como a Universidade de Gondar está localizada em uma região rodeada por famílias rurais,
o primeiro passo do projeto é construir um centro de ensino, onde alunos e professores
passarão à comunidade os conceitos de permacultura e ensinarão técnicas sobre construção e
uso de materiais baratos, ecologicamente corretos e eficientes.
Uma das técnicas ensinadas é a construção de uma estufa multiuso, que permitirá aos
produtores cultivarem diversos tipos de alimentos, ao mesmo tempo em que produzem
água, já que o recurso é escasso na região e uma das principais causas da baixa produtividade.
De acordo com os pesquisadores envolvidos no projeto, a estufa multiuso é capaz de
produzir até 200 litros de água durante a estação seca e 700 litros na estação chuvosa.
O processo para isso é bastante simples. Durante o dia, a estuda, feita em bambu e bioplástico,
fica fechada. Assim, o ar quente fica preso ali dentro e a temperatura continua a subir.
Durante a noite, quanto os termômetros começam a baixar, o agricultor puxa uma corda
que abre a parte superior da estufa, deixando-a arrefecer até atingir o ponto do orvalho.
O vapor de água se condensa, formando pequenas gotas, que escorrem para o reservatório
central. O sistema também pode ser usado para captar a água da chuva, que pode ser
usada para o consumo ou irrigação.
Além de usar os conceitos da permacultura nas construções, os produtores serão instruídos
sobre conceitos de agroecologia, para melhorar as condições do solo e deixar todo o
sistema mais produtivo.
Por fim, o terceiro ponto do projeto é instalar um biodigestor nas propriedades rurais, a fim
de que as famílias não precisem usar o carvão como fonte de energia. Os próprios resíduos
orgânicos são usados como combustível para produzir calor no quintal de casa.
Clique aqui para ver todos os detalhes desse projeto.
Redação CicloVivo